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Ícone do erotismo: onde encontrar o lado sacana de Hilda Hilst na Flip

Rodrigo Casarin

25/07/2018 17h10

Desde que Hilda Hilst foi anunciada como homenageada da Flip deste ano, há um esforço de muita gente do meio literário para fazer com que a imagem da autora não fique limitada à faceta erótica. Isso é bom. É justo que o grande público também tenha a oportunidade de conhecer o vasto repertório da artista que se dedicou à prosa, à poesia e ao teatro. Em seus textos, Hilda falou muito sobre o sublime, o divino, o sagrado.

No entanto, também não seria correto falarmos sobre Hilda e ignorarmos o seu lado sacana – para o crítico literário Italo Moriconi, por exemplo, ela é um clássico da literatura obscena em língua portuguesa, tendo o mesmo quilate de nomes como Bocage e Gregório de Matos. É de sua fase pornográfica que nascem obras como "Cartas de um Sedutor" e "Caderno Rosa de Lori Lamby", marcadas por testar os limites da moralidade.

Esse momento da autora, claro, também terá espaço na Flip, seja na agenda principal da Festa, seja nas atividades promovidas pelas muitas casas com programações paralelas espalhadas aqui pelo Centro Histórico de Paraty. Separei aqui alguns dos encontros que prometem celebrar o erotismo presente na obra de Hilda:

Sexta, dia 27

18h15 – a partir desse horário a Casa Santa Rita de Cássia inicia o SEXtou, uma série de eventos voltados para maiores de 18 anos. Primeiro, com o tema "Hildas, Sabrinas e E. L. James", as podcasters do "As Desqualificadas", Camila Cabete e Bia Alves, conversam com Sandra Espilotro, Alessandra Ruiz, Juliana Dantas e Bella Prudêncio sobre o sucesso do erotismo e pornografia produzidos por (e pensados para) mulheres. Na sequência, às 19h15, é a vez de Luiz Biajoni falar sobre "Literatura de Sacanagem". Já às 20h30, Alessandro Thomé e Leonardo Neto preparam um drink para todos os presentes enquanto conversam no "Boteco de Histórias (De Sexo)". Às 21h30, a noite segue com a saída de um bloco de carnaval que percorrerá as ruas do Centro Histórico.

20h – Na programação principal da Flip, Eliane Robert Moraes, ensaísta com diversas pesquisas sobre o erotismo na literatura, e Iara Jamra, atriz que interpreta Lori Lamby no teatro, dividem a mesa "A Santa e a Serpente". A promessa é que o papo passe pela dimensão corpórea e mística da obra de Hilda e seja pontuado por leituras feitas por Iara.

22h30 – Na Casa do Desejo acontece a apresentação teatral de "O Caderno Rosa de Lori Lamby" com a atriz Glauce Guima.

Hilda e a amiga Lygia Fagundes Telles.

Sábado, dia 28

12h – Na Casa do Desejo, Lilian Sais, Natasha Félix, Marla de Queiroz, Cris Vasquez e Pilar Bu tocam um papo intitulado "Se te pareço noturna e imperfeita, falemos de desejo ao meio dia: amor e erotismo na literatura".

15h – Na mesma casa, Eliane Robert Moraes conversa com o público e lança "O Corpo Descoberto" (CEPE), coletânea de contos eróticos brasileiros escritos entre 1852 e 1922 por autores como Machado de Assis e Olavo Bilac.

20h – Na Casa Hilda Hilst acontece o Sarau Profano com participação da atriz Iara Jamra.

22h30 – De volta à Casa do Desejo, a noite se encerra com "Evoeros – Sarau Erótico".

Minha Flip

Não fui convidado para nenhum desses encontros picantes, mas, além de cobrir a Flip aqui para o blog, participarei de três mesas aqui por Paraty:

– Na sexta, dia 27, no Sesc Santa Rita, mediarei o papo entre os escritores Xico Sá, autor de livros como "A Pátria em Sandálias da Humildade" (Realejo), e Mário Rodrigues, da "A Cobrança" (Record), sobre como o futebol serve de alegoria para a representação do país.

– Ainda na sexta, às 16h30, na Casa Santa Rita de Cássia, converso com Simone Campos sobre a carreira de Joan Didion, uma das maiores ensaístas dos Estados Unidos, cuja obra está sendo relançada aqui no Brasil pela Harper Collins – a começar por "O Ano do Pensamento Mágico" e "Blue Nights", centrais em sua produção.

– No sábado, finalmente, retorno ao Sesc Santa Rita para, às 14h, mediar a mesa "A Educação Pela Perda", com Tiago Ferro, autor de "O Pai da Menina Morta" (Todavia), e Marcelo Moutinho, de "Ferrugem" (Record).

Apareçam!

Viajei a Paraty a convite da EDP Brasil.

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Sobre o autor

Rodrigo Casarin é jornalista pós-graduado em Jornalismo Literário. Vive em São Paulo, em meio às estantes com as obras que já leu e às pilhas com os livros dos quais ainda não passou da página 5.

Sobre o blog

O blog Página Cinco fala de livros. Dos clássicos aos últimos sucessos comerciais, dos impressos aos e-books, das obras com letras miúdas, quase ilegíveis, aos balões das histórias em quadrinhos.