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Mais pluralidade: Joselia Aguiar é confirmada como curadora da Flip de 2018

Rodrigo Casarin

17/11/2017 18h00

Foto: José Terra.

A jornalista Joselia Aguiar está confirmada como curadora da Flip (Festa Literária Internacional de Paraty) de 2018. O encontro, que acontecerá pela 16ª vez, também já tem data marcada: entre os dias 25 e 29 de julho. Em entrevista ao blog, Joselia diz que a ideia principal é dar sequência ao que foi feito em 2017, quando assumiu o posto. "Espero, em certo sentido, repetir o que fiz neste ano em termos de composição de programa, quantidade de autoras, autores negros… Haverá uma continuidade desta pluralidade".

A pluralidade, aliás, marcou sua estreia na curadoria do principal evento literário do país. O equilíbrio entre convidados homens e mulheres, o aumento de autores negros e a maior participação de escritores que publicam por pequenas editoras, além da escolha de Lima Barreto como homenageado, fizeram com que, no geral, a Festa deste ano fosse bastante elogiada. No final, a sensação era que Joselia havia revigorado a Flip.

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Por falar em homenageado, a curadora ainda não revela quem estará no centro das atenções em 2018 e também faz mistério sobre possíveis participantes. "Não posso falar nada sobre o homenageado para não estragar a surpresa. Sobre os convidados, há pessoas que sempre são tentadas e tentaremos novamente. Quando falamos com autores estrangeiros, nunca sabemos se irão topar. Muitas vezes eles já têm outros compromissos, vão viajar, estão terminando algum livro ou tirando férias. Além disso, tem aqueles que gostaríamos de ter na Flip, mas sabemos que não vêm, como a Alice Munro, que não sai do Canadá, ou o Bob Dylan, que não foi nem receber o Nobel".

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O que Joselia garantiu é que as perfomances e intervenções antes das mesas, que receberam em 2017 o nome de "Fruto Estranho", irão continuar, ainda que o formato deva ser repensado. No papo, a curadora também comentou sobre a relevância que a Flip ganha num momento de ataques à arte e a pensadores:

"É cada vez mais importante que as pessoas entendam o que é literatura, quais são seus códigos… Mesmo na época da ditadura, tínhamos os livros do Jorge Amado [conhecido, dentre outras coisas, pelo erotismo] circulando, por exemplo. Então, a Flip contribui para quem é muito novo conhecer um pouco mais da história da arte e da literatura, para que escutem, vejam pensadores com ideias diversas, divergentes. Temos que começar a ouvir coisas com as quais não concordamos, ouvir o oposto e estarmos abertos a terminar uma discussão sem alguma conclusão, se for o caso. Quanto mais conturbados são os tempos, mais importante é uma festa literária".

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Sobre o autor

Rodrigo Casarin é jornalista pós-graduado em Jornalismo Literário. Vive em São Paulo, em meio às estantes com as obras que já leu e às pilhas com os livros dos quais ainda não passou da página 5.

Sobre o blog

O blog Página Cinco fala de livros. Dos clássicos aos últimos sucessos comerciais, dos impressos aos e-books, das obras com letras miúdas, quase ilegíveis, aos balões das histórias em quadrinhos.