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Obras para colorir fazem brasileiros comprar mais livros em 2015

Rodrigo Casarin

17/06/2015 08h00

Após a constatação de que os números do mercado editorial encolheram em 2014 (veja aqui) e de diversos anúncios de cortes de verbas públicas destinadas aos livros, ao menos uma boa notícia: as vendas de obras ao consumidor comum durante o mês de maio cresceu 27% em volume e 21% em faturamento, atingindo R$115,8 milhões, se comparadas ao mesmo período do ano passado. É o que constatou o 3º Painel das Vendas de Livros do Brasil, apresentado pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) e o Instituto de Pesquisa Nielsen, tendo como base o programa BookScan Brasil, que apura as vendas das principais livrarias e supermercados.

O levantamento mostra que o o mercado livreiro, até aqui, cresceu 8,83% em volume e 6,23% em faturamento se comparado com 2014. Uma das razões para tal é a febre dos livros para colorir, que representam 14,08% da arrecadação do setor de não ficção neste ano, o único ramo de negócio que cresceu (15,1%). Todos os outros nichos encolheram: ficção, -5,5%, não ficção especializada, -10,5%, e infantil, juvenil e educacional, -3,8%. Isso indica que, não fossem as obras para pintura, a realidade provavelmente seria bastante diferente (aqui a opinião sobre eles).

A pesquisa também mostra que o preço médio do livro caiu de R$35,06 para R$33,43, ainda que as livrarias estejam praticando menos descontos sobre o preço de capa das obras: 20,31% em maio de 2014 contra 15,20% no mesmo mês deste ano.

Sobre o autor

Rodrigo Casarin é jornalista pós-graduado em Jornalismo Literário. Vive em São Paulo, em meio às estantes com as obras que já leu e às pilhas com os livros dos quais ainda não passou da página 5.

Sobre o blog

O blog Página Cinco fala de livros. Dos clássicos aos últimos sucessos comerciais, dos impressos aos e-books, das obras com letras miúdas, quase ilegíveis, aos balões das histórias em quadrinhos.