De peruca para vagina à mordida de Tyson, livro reúne ideias medonhas
Rodrigo Casarin
02/12/2016 10h52
Atendendo clientes com a higiene bastante precária, muitas prostitutas da Europa do século 17 começaram a sofrer com piolho e outros parasitas na cabeleira de suas partes íntimas. A solução encontrada para a questão era simples: depilação completa. No entanto, aquilo deixava claro que tinham passado recentemente por um problema, então, para enganar os homens que as procuravam, criaram o "merkin", uma peruca para a região pubiana. Não foi uma saída muito inteligente, contudo, pois o apetrecho acabava se tornando um ótimo meio para que os parasitas e diversas bactérias se hospedassem.
A história da peruca para as partes íntimas está registrada em "As 100 Piores Ideias da História – As Piores Sacadas da Humanidade que se Transformaram nas Melhores Roubadas", de Michael Smith, publicitário, e Eric Kasum, jornalista, recém-lançado no Brasil pela Valentina. A obra é uma coletânea de sandices, idiotices e bizarrices relacionadas à arte, à história, às invenções, à política, ao esporte, às guerras e à ciência, dentre outras áreas.
Diversos relatos, entretanto, são menos conhecidos do grande público, como o caso de dois livros que compunham "A Lei das Nações" que George Washington, então presidente dos Estados Unidos, pegou emprestado em 1789 de uma biblioteca pública e, por conta dos compromissos de sua agenda, esqueceu que precisava devolvê-los.
Em "As 100 Piores Ideias da História" há também alguns casos que começaram mal, mas acabaram resultando em invenções importantes, como a criança francesa que aos três anos espetou o olho com um furador e ficou cego. Dez anos depois, o jovem usou o mesmo tipo de objeto para desenvolver o sistema de leitura em Braille (seu sobrenome). Mas não espere por esse tipo de registro aos montes, o foco – e a graça – da obra está justamente nos absurdos e burradas que os homens já fizeram ao longo de sua existência.
Sobre o autor
Rodrigo Casarin é jornalista pós-graduado em Jornalismo Literário. Vive em São Paulo, em meio às estantes com as obras que já leu e às pilhas com os livros dos quais ainda não passou da página 5.
Sobre o blog
O blog Página Cinco fala de livros. Dos clássicos aos últimos sucessos comerciais, dos impressos aos e-books, das obras com letras miúdas, quase ilegíveis, aos balões das histórias em quadrinhos.