12º livro do fenômeno infantil “Capitão Cueca” mostra protagonista como gay
Rodrigo Casarin
01/09/2015 10h08
Traduzido para 22 idiomas e com mais de 70 milhões de exemplares vendidos em todo o mundo, sendo meio milhão deles no Brasil, os números da franquia infantil "Capitão Cueca", do norte-americano Dav Pilkey e que chega ao seu 12º volume, impressionam.
Publicado no país pela Cosac Naify, a saga de Jorge e Harold, duas crianças que criam o super-herói que dá nome à obra, é a coleção que mais vende e também a responsável pelo recorde de cartas enviadas à editora: mais de 500 fãs brasileiros já endereçaram mensagens ao autor ou aos personagens – veja alguns exemplos no final do post.
"Capitão Cueca e a Saga Sensacional de Fedor, o Grande", o novo livro da coleção, que está sendo lançado no Brasil ao mesmo tempo que sai nos Estados Unidos, ainda tem um fator que aos poucos deixa de ser tabu nos livros para crianças (ao menos em alguns lugares do mundo): Haroldo, um dos protagonistas da série, é apresentado como gay. Na nova aventura, ele e Jorge precisam encontrar suas versões adultas para salvar o mundo. No futuro, Jorge é casado com uma mulher e tem um par de crianças, enquanto Haroldo é casado com Billy, com que também tem dois filhos. Eis uma cena:
O primeiro livro de "Capitão Cueca" saiu há 15 anos, em 2000. O personagem surgiu ainda na infância de seu autor que, aos 7 anos, desenhou os primeiros quadrinhos do herói, prontamente rasgados por seus professores. Agora, Pilkey acompanha seu trabalho extrapolar as páginas dos livros e chegar a outras artes: a adaptação para os cinemas da franquia está sendo feita pela DreamWorks e tem lançamento previsto para 2017.
Algumas cartas enviadas por fãs à editora Cosac Naify:
Sobre o autor
Rodrigo Casarin é jornalista pós-graduado em Jornalismo Literário. Vive em São Paulo, em meio às estantes com as obras que já leu e às pilhas com os livros dos quais ainda não passou da página 5.
Sobre o blog
O blog Página Cinco fala de livros. Dos clássicos aos últimos sucessos comerciais, dos impressos aos e-books, das obras com letras miúdas, quase ilegíveis, aos balões das histórias em quadrinhos.