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Pokémon Go de bruxo? Queremos é um bom jogo de Harry Potter para tiozão

Rodrigo Casarin

25/06/2019 09h49

Chegou ao Brasil o novo jogo baseado no universo criado por J. K. Rowling. "Harry Potter: Wizards Unite" é uma espécie de "Pokémon Go" protagonizado por bruxos – os dois jogos de realidade aumentada foram desenvolvidos pela Niantic, inclusive. Com o celular em mãos, os jogadores se transformam em magos e precisam perambular pela cidade procurando por itens, encontrando amigos e utilizando o aparelho como varinha mágica para lutar contra outros feiticeiros e combater monstrengos como lobisomens e dementadores.

Há mais de ano, quando li a respeito desse game, fiquei empolgado, mas logo saquei que não seria pra mim. Passei meus 13, 14, 15 anos não apenas lendo, mas jogando "Harry Potter". Mesmo quando os livros já não me atraíam tanto assim, continuava me dedicando às aventuras do herói mala (Harry nunca foi dos meus personagens favoritos) com o controle em mãos – ou o teclado, aproveitando-se de emuladores. Minhas melhores memórias são das versões de "Pedra Filosofal" e "Câmara Secreta" para Game Boy e os dois primeiros Playstations. Ao procurar por imagens desses jogos, me surpreendi com a bizarrice de gráficos como este:

Depois, passei um tempo afastado dessa jogatina. Perdi tudo o que rolou na geração do Play 3 e seus pares. Só fui retornar aos games há poucos anos, com "Assassin's Creed Syndicate" – escrevi a respeito aqui. Nessa reaproximação, já um tanto mais velho, queria um "Harry Potter" moderno para jogar, mas nada me pareceu satisfatório. Joguinho com Lego? Tô fora. Jogo do universo expandido com enredo que não seja baseado nos sete livros da série consagrada? Tô fora também. Estava mesmo em busca de um "Prisioneiro de Azkaban", meu volume favorito, pensado e transformado em um grande jogo com tudo o que as plataformas de hoje têm a oferecer. Gostaria é de ver novos jogos do velho Harry. Não achei.

Perdão se soo como um quase velho carrancudo, mas jogos para celular como "Wizards Unite" não me apetecem muito (e meu aparelho sequer suporta grandes estripulias). O negócio é jogar com a bunda bem acomodada no sofá da sala e com uma cerveja gelada ao alcance do beiço, não perambulando pela cidade com o nariz enfiado numa telinha – nada contra quem o faça, desde que não me peça para parar o carro enquanto estamos a caminho do futebol para tentar capturar um Snorlax da vida escondido numa praça qualquer, como já me ocorreu.

Para ser honesto, hoje nem sei o quanto realmente gosto de "Harry Potter" e o quanto acho que gosto de "Harry Potter" só por conta do saudosismo. Em todo caso, se deixei escapar algum game realmente bom do bruxo, por favor avisem.

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Sobre o autor

Rodrigo Casarin é jornalista pós-graduado em Jornalismo Literário. Vive em São Paulo, em meio às estantes com as obras que já leu e às pilhas com os livros dos quais ainda não passou da página 5.

Sobre o blog

O blog Página Cinco fala de livros. Dos clássicos aos últimos sucessos comerciais, dos impressos aos e-books, das obras com letras miúdas, quase ilegíveis, aos balões das histórias em quadrinhos.