Nathalia Arcuri: Precisamos nos livrar da imagem do Tio Patinhas
Precisamos nos livrar da imagem do Tio Patinhas. É nisso que acredita Nathalia Arcuri.
Nathalia, 33 anos, é a youtuber que toca o canal "Me Poupe!", no qual dá dicas sobre finanças para mais de 2 milhões de inscritos. Com vídeos como "Receita do Sucesso Financeiro", "Carro: Ter ou Não Ter?" e "Lula Preso: E Daí?", a jornalista que desde a infância se preocupa em guardar dinheiro e fazer com que ele renda se transformou em uma espécie de jovem guru para muitos brasileiros que não sabem como lidar com o que entra e sai de sua carteira ou conta corrente.
Neste ano, o sucesso na rede virou também sucesso editorial. Lançado pela Sextante, "Me Poupe – 10 Passos para Nunca Mais Faltar Dinheiro no Seu Bolso" figura desde o final de maio na lista semanal de mais vendidos do Publishnews – foram mais de 45 mil exemplares comercializados até aqui. A obra também tem feito sucesso na Bienal Internacional do Livro de São Paulo, onde está na segunda posição dentre os livros mais procurados no estande de sua editora, atrás apenas de "Poesia que Transforma", de Bráulio Bessa.
Pouco antes da apresentação de Nathalia no evento, no começo da noite desta segunda, que conversamos sobre suas ideias. Foi durante o papo que surgiu a imagem do pato magnata e pão-duro que adora mergulhar num cofre repleto de moedas de ouro. "O Tio Patinhas é o cara que só quer o dinheiro, temos que lutar contra esse ícone".
Na visão da youtuber, mais importante do que ter o dinheiro é saber para que se quer a grana. "O dinheiro é uma ferramenta e é necessário aprender a lidar com essa ferramenta. Mas é preciso que ele tenha alguma finalidade, que a pessoa saiba o que fazer com ele", argumenta ela que no ano passado comemorou ter chegado ao seu primeiro milhão.
Regrada, no entanto, garante gastar apenas R$6 mil por mês, deixando todo restante da fortuna em aplicações. Sua meta é clara e pública: atingir os R$5 milhões, o que, na sua visão, será suficiente para alcançar a tranquilidade absoluta. O que fazer com esse dinheiro também já está traçado: "Quando chegar nessa meta eu vou poder afrouxar um pouco mais. Quero morar no campo, ter um heliponto e vir para São Paulo três vezes por semana para trabalhar".
Falar em acumular milhões e ensinar a poupar e a investir em um país que luta para sair de uma severa recessão econômica e com alarmantes taxas de desemprego pode soar distante da realidade de muitos brasileiros. Nathalia, que prega que todos busquem sua própria consciência e autonomia financeira, indica que quem está desempregado procure suas próprias formas de ganhar dinheiro.
"Acredito que ninguém pode depender dos outros. É claro que o país passa por uma situação difícil, mas não dá mais pra remediar, já quebrou, tudo já foi para o espaço, as empresas também já faliram, os patrões estão desesperados. Então, se não tem emprego, dê um jeito de arranjar dinheiro, vire autônomo, abra seu próprio negócio… Só não dá para chorar porque a empresa mandou embora".
Nessa utopia que vislumbra, onde todos teriam plena consciência e domínio sobre a vida econômica, Nathalia enxerga um mercado que certamente seria mais saudável. "As oportunidades surgiriam para todos". Mas pondera: "Tem pessoas que nem têm acesso a essa consciência". Pensando nas camadas mais pobres da população, afirma que há uma etapa que precede o ensino no lido com o dinheiro. "É preciso ter uma boa educação de base, se não a pessoa pode não ter nem o vocabulário para acessar o conhecimento".
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