Quer entender como é ser um garoto preso num corpo de menina? HQ ajuda
"Eu não consigo entender toda essa diversidade sexual dos dias de hoje. Homossexual, transexual, transgênero, queer, cisgênero… LGBTQ… Um monte de siglas. Olha, eu não consigo entender mesmo".
É bastante comum ouvirmos pessoas apostando nessa linha de discurso ao falar sobre questões de gênero e sexualidade atualmente. Quase sempre o "eu não consigo entender" vem de alguém pouco disposto a, de fato, entender qualquer complexidade alheia e costuma antecipar um discurso ou um comportamento veladamente – ou nem tão veladamente assim – preconceituoso. No entanto, para aqueles que "não conseguem entender" mas querem fazer um bem-vindo movimento de empatia, um bom começo pode ser a leitura da HQ "Justin", da francesa Gauthier, publicada no Brasil pela Nemo.
Com um tom que favorece exatamente o exercício da empatia, do se colocar no lugar do outro, em "Justin" a quadrinista narra a história de Justine, jovem que nasceu em um corpo de mulher e entre o final da infância e o início da vida adulta passa pelo processo de conquista de sua própria identidade como homem trans. O que encadeia toda a narrativa de cunho autobiográfico é a questão: "como é ser um menino preso em um corpo de menina?".
Ao retratar o preconceito que o personagem enfrenta (a mãe que não aceita sua sexualidade, os colegas que o achincalham, o psiquiatra que encara o transexualismo como uma patológica perversão…) e as confusões na cabeça do próprio Justin – que em certo momento contraria sua natureza para tentar atender aos padrões alheios -, o quadrinho mostra que se há alguém que passa por dificuldades num processo como esse, é justamente quem se sente habitando um corpo que não lhe representa. Veja um momento da HQ que serve como exemplo:
Gauthier também trata de sexualidade em outra HQ publicada no Brasil pela Nemo: "O Enterro da Minhas Ex", no qual Charlotte, a protagonista, recorda de suas conturbadas relações com outras garotas durante a juventude.
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