Casca de noz: já foi moda ler Stephen Hawking (ainda que sem entender nada)
Não lembro exatamente quando foi, só sei que faz tempo e que era neste século – afinal, o livro foi originalmente lançado em 2001, no Reino Unido -, mas já foi moda as pessoas lerem Stephen Hawking por aí. Recordo que era bastante comum ver gente circulando com ele em mãos, presenteando e sendo presenteada com a edição da Nova Fronteira – com sua capa escura, linda, enigmática – desse, digamos, clássico da física pretensamente popular moderna.
"O Universo Numa Casca de Noz" sucedeu "Uma Breve História do Tempo", que já tinha feito bastante sucesso – ambos saem atualmente pela Intrínseca. Em "O Universo…", Hawking procura apresentar ao leitor algumas das descobertas teóricas mais relevantes da física. Para tal, utiliza-se de desenhos, fotos e exemplos banais que fazem parte do cotidiano de qualquer pessoa, mas não que isso torne exatamente fácil entender conceitos como dualidade, supergravidade, teoria-M e a teoria quântica.
Então, digo pretensamente popular porque, na prática, lembro que perguntava, por curiosidade, para alguns leitores do que o livro se tratava e o que eles estavam entendendo. A resposta era quase sempre a mesma: algo na linha de "ah, é sobre como funciona o universo" e "olha, para falar a verdade, não estou entendendo muita coisa, não". Mas tudo bem. Ler Hawking, ainda que sem entendê-lo plenamente – ou até mesmo minimamente -, já é muito melhor do que compreender bem um monte de bobagens que temos por aí.
Nesta noite o gênio que virou best-seller nos deixou e não há deus nem estrelas lhe aguardando – seria uma falta de respeito às próprias convicções do físico atrelá-lo a qualquer misticismo. Seu pensamento continuará vivo por aqui por muito tempo, contudo. Afinal, o cara ajudou a entendermos – ou tentou ajudar a entendermos – um pouco melhor essa casca de noz onde vivemos.
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