Os cinco melhores livros que li em 2016
Último post do ano, hora de revelar minhas leituras preferidas realizadas entre janeiro e dezembro. Separei cinco títulos, sendo que os dois primeiros são de 2016 e os outros três são de 2015 – não acho justo dar ao livro um prazo de validade de apenas 12 meses enquanto novidade. Não há uma ordem de preferência entre eles:
"Sendero Luminoso", de Alfredo Villar, Jesús Cossío e Luis Rossel (Veneta): adoro quadrinhos e este está entre as melhores graphic novels que já passou pelas minhas mãos. Narra a história da guerra civil que aconteceu nos campos do Peru entre as décadas de 80 e 90, deixando mais de 70 mil mortos. É primorosa ao mostrar como muitos homens se portam iguais bestas selvagens em algumas situações, principalmente quando possuem uma ideologia – seja ela qual for – como desculpa. Já tinha escrito sobre ele aqui.
"O Caso de Meursault", de Kamel Daoud (Biblioteca Azul): livro que rendeu o Goncourt de 2015 ao escritor argelino, repassa a história do clássico "O Estrangeiro", de Albert Camus, mas narrada da perspectiva do irmão do árabe até então anônimo assassinado pelo "herói" do autor que levou o Nobel de 1957. Também escrevi sobre: eis.
"Desesterro", de Sheyla Smanioto (Record): primeiro romance da jovem Sheyla Smanioto, traz um cenário desolador, paupérrimo, habitado por mulheres que sofrem de problemas como a miséria, fome e a violência provocada pelos homens. É um retrato do Brasil periférico, que ainda sonha com a metrópole como um lugar diferente daquilo que vivem, mais acolhedor. Não bastasse a temática, a linguagem de Sheyla, que se aproxima da literatura oral, também é um atrativo.
"Luxúria", de Fernando Bonassi (Record): traz a história da família de um operário que aproveita o bom momento do país para pegar empréstimos e construir uma piscina na casa de classe média baixa onde vivem. A partir disso, o autor constrói uma narrativa que tem potencial parra se transformar no símbolo da decadência de um Brasil que existiu durante um breve período histórico, mas já ruiu – e deixou muitas dívidas, ganhos sociais que estão se esvaindo e pouco ou nenhum crescimento cultural. É outro que já tinha escrito a respeito.
"Tirza", de Arnon Grunberg (Rádio Londres): romance de um dos principais escritores holandeses em atividade, em "Tirza" somos apresentados a Jörgen Hofmeester, um cara de meia idade que parece apático e anestesiado demais para fazer algo enquanto sua vida se arruína paulatinamente. A tensão que o autor consegue manter ao longo de toda obra é primorosa. O único porém é que a narrativa perde um tanto de fôlego já pro final de suas 460 páginas.
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