Padre caubói celebra missa embalada por música sertaneja na Bienal do Livro
"O que sou sem Jesus? Nada, nada, nada. Sem jesus o que sou? Nada, nada, nada".
O palco da Arena Cultural, principal espaço da Bienal Internacional do Livro de São Paulo, virou um púlpito de igreja no começo da tarde desta quinta, quando o padre Alessandro Campos fez sua apresentação no evento. Famoso por realizar missas embaladas por músicas sertanejas, algumas de sua própria autoria, apresentou-se aparentemente dublando uma canção que estourava no ouvido do público que ocupou cerca de um terço do ambiente, que comporta 500 pessoas. Vestia calça branca presa por um cinto com fivela country, jaqueta branca, chapéu de caubói e camisa preta com gola eclesiástica, o único traço em seu visual que indicava que ali tínhamos, de fato, um padre.
Apesar de ser autor de "O Que Sou Sem Jesus? Nada, Nada, Nada", pouco foi dito sobre livros durante sua apresentação – apenas lembrou que a Loyola está lançando a coleção "Devocionários", com títulos sobre diferentes versões de "Nossa Senhora". No lugar do mediador que normalmente dialoga com as atrações da Bienal, uma imagem de Nossa Senhora Aparecida.
E o interlocutor foi mesmo desnecessário. Durante os 40 minutos que esteve com o público, Alessandro apenas intercalou pregação religiosa com músicas como "No Dia em Que Eu Saí de Casa", sucesso de Zezé Di Camargo e Luciano. Em suma, levou para a Bienal o que costuma fazer no "Família Sertaneja", atualmente o programa de maior audiência da Rede Vida.
"Deus nos quer simples e felizes, realizados. Afinal de contas, Deus nos criou para sermos felizes. Deus não nos criou para a tristeza, o sofrimento, a discórdia. Deus quer que tenhamos abundância, virtudes, sejamos homens e mulheres felizes e realizados", disse em um momento. "O que você quer pedir para Jesus cristo hoje? Quem pede recebe, quem procura acha", ressaltou em outro. Pontuando sua "missa autoajuda", frequentemente pedia para que o público fizesse "barulho".
Em certo momento, Alessandro ainda afirmou que "sabedoria só Deus sabe dar", fazendo uma contraposição ao conhecimento que os fiéis poderiam adquirir lendo obras de grandes autores, por exemplo, opinião um tanto rara de ser vista em uma Bienal do Livro.
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