Amazon: oferta de e-books em português cresceu mais de 500% desde 2012
Quando a gigante do mercado editorial Amazon estreou no Brasil, em dezembro de 2012, seu catálogo de livros digitais contava com aproximadamente 15 mil títulos em português. Hoje, prestes a completar quatro anos no país, o número de e-books em nossa língua saltou para aproximadamente 85 mil, ou seja, um crescimento de aproximadamente 560%. Quem fala sobre esses números é Alexandre Munhoz, gerente-geral para Kindle no país, que conversou com o Uol na tarde desta segunda-feira durante a 24ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo.
E não é só isso que ajuda a dimensionar o quanto a empresa, que não revela cifras, vem investindo em sua operação no Brasil. No começo trabalhavam apenas com livros digitais, hoje, no entanto, apostam também em livros físicos: mais de 12 milhões de títulos nacionais (são 160 mil em português) e importados estão à disposição do consumidor brasileiro. Os aparelhos para leitura de e-books da empresa, por sua vez, que eram vendidos em 82 lojas físicas parceiras, hoje podem ser encontrados em mais de 250 endereços.
Se quando os livros digitais surgiram muitos pregaram que o físico logo acabaria, Munhoz indica que essa aposta nos dois formatos mostra como ambos convivem muito bem juntos. "São mídias que se complementam. Temos muitos dados dos Estados Unidos e lá quem lia livro físico e começou a ler no formato digital, passou a ler três ou quatro vezes mais livros como um todo e continuou lendo o em papel. Leitura gera mais leitura. Hoje temos tantas opções de entretenimento que o principal desafio é conseguir o tempo das pessoas", explica o gerente.
Sobre o momento que o mercado nacional como um todo vem passando, Munhoz aponta que há maneiras de encarar a crise. "Quando há uma oferta boa e uma experiência de fato relevante, o consumidor aceita o produto. A crise faz as pessoas ficarem mais exigentes, mas não muda totalmente seus hábitos. O leitor vai querer o livro que busca, com preço barato e bom atendimento".
Relação com o mercado
Seguindo a linha sobre a disputa pelos clientes, entre a semana passada e esta, a Amazon realizou uma promoção com milhares de livros com descontos de até 90%. Muitos viram isso como uma afronta à própria Bienal – temiam uma diminuição significativa das vendas – e uma irresponsabilidade com o mercado como um todo. Munhoz explica, no entanto, que a ação foi feita para celebrar o segundo aniversário da empresa operando com livro físico, algo que já tinham feito no ano passado.
A respeito do mercado, vai além: "A indústria do livro talvez seja uma das mais antigas que existe. Quando a Amazon entrou principalmente no negócio digital, talvez tenha sido a inovação mais importante da indústria do livro em muitos anos. Então, quando tem uma inovação, às vezes as pessoas demoram a se acostumar às novas dinâmicas, como as coisas funcionam com clientes e autores, por exemplo. Falo dos dois porque para nós os principais componentes da cadeira são eles. Quem está no meio é intermediário, inclusive a Amazon, e tentamos maximizar o valor para as duas pontas, assim que a gente enxerga essa cadeia", argumenta.
Ele lembra ainda que há editoras que vêm aproveitando ferramentas como o sistema de autopublicação da empresa, citando um exemplo de como outros elementos da teia editorial podem se favorecer do que a multinacional oferece. "O leitor está querendo ler mais, o autor quer expôr o conteúdo e nós queremos trazer mais gente pra dentro do ecossistema de leitura", completa.
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