Adaptado para o cinema, “Mãos de Cavalo” tem novos significados para Galera
"Nunca pensei que fosse um livro muito cinematográfico, na verdade". É o que Daniel Galera afirma sobre o seu "Mãos de Cavalo", título cuja adaptação para o cinema, "Prova de Coragem", estreia no país amanhã. E escrever a obra que deu origem ao longa foi mesmo a principal atuação do autor no projeto. "Não participei de maneira significativa da composição do filme. Li uma versão do roteiro e ofereci meus comentários, sobretudo a respeito de detalhes de oralidade e cultura local", comenta, ao falar como pouco interferiu no trabalho do diretor Roberto Gervitz.
"Mãos de Cavalo" é o segundo trabalho de Galera a ganhar uma adaptação do tipo – o outro havia sido "Até o Dia em que o Cão Morreu", que virou o filme "Cão Sem Dono". Além disso, os romances "Cordilheira" e "Barba Ensopada de Sangue", seu livro mais recente, publicado em 2012, também já tiveram os direitos negociados e estão em fase de roteirização, mas o autor não arrisca dizer quando chegarão às telonas. "Cinema é um processo complicado", pontua.
Ao comentar sobre esse processo de transposição de histórias de livros para filmes, Galera diz que o universo de adaptações é "vasto demais para comportar uma opinião que faça sentido. O importante é que cineastas possam transformar o material literário com base nas possibilidades do meio audiovisual e em suas visões autorais próprias, não se contentando com uma versão obediente e resumida do livro nas telas".
Orgulho do trabalho
Voltando ao seu "Mãos de Cavalo", a obra foi lançada em 2006 e, dez anos depois, Galera olha de maneira bastante positiva para seu próprio trabalho. "Me orgulho desse romance, foi um salto de ambição para mim na época, e o resultado veio. É um livro que ocasionalmente é adotado em colégios, com resultados que sempre me encantam. Gosto de reler algumas cenas dele, vejo que dei o meu melhor em muitas passagens. Com o passar dos anos, algumas tensões internas do romance, como as que envolvem classes sociais e questões da masculinidade, se tornam mais claras para mim. Eu não pensava conscientemente em todas essas tensões na época em que o escrevi, mas elas estão ali. Encontro significados novos cada vez que retorno a ele".
Desde sua estreia na literatura, em 2001 com "Dentes Guardados", Galera vive seu maior período sem publicações – já são quatro anos desde "Barba Ensopada de Sangue". Apesar disso, quem anseia por novidades do autor precisará esperar por um tempo que nem ele mesmo sabe precisar. Garante que trabalha em um novo romance, mas não há previsão de quando concluirá.
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