Novo livro do chinês Da Chen é inspirado em missionário dos Estados Unidos
Após palestrar na universidade de Yale, nos Estados Unidos, que o escritor Da Chen conheceu uma estátua e um pouco da história de Horace Tracy Pitkin, missionário que atuou na China, onde morreu decapitado ao defender duas colegas atacadas durante uma rebelião. Ficou impressionado com a tragédia e o heroísmo que o envolviam. Foi o suficiente para que sentisse outra história nascer ali. "Me neguei a fazer qualquer pesquisa sobre ele, pois pra mim já o conhecia o suficiente apenas ao olhá-lo. De alguma forma e sem explicação, me senti em dívida com ele", diz em entrevista exclusiva ao UOL. Começou, então, a escrever seu mais novo livro, "A Última Imperatriz", que acaba de ser lançado no Brasil pela Nova Fronteira (confira abaixo o primeiro capítulo, disponibilizado com exclusividade pela editora).
O romance se passa no século 19 e apresenta a jornada de um aristocrata dos Estados Unidos que, após perder a esposa, torna-se obcecado pelo espírito dela e, por isso, viaja para a China Imperial, onde encontra uma concubina que acredita ser a reencarnação da amada. Ao tentar conquistá-la, precisa encarar uma série de problemas locais dos mais diversos tipos.
Mas, diferente do homem que o inspirou, não que algo de realmente sério fosse acontecer com alguém semelhante ao personagem, segundo o autor. "Um aristocrata americano que viveu na China, no final do século retrasado, com certeza foi altamente privilegiado. Ele teve muito luxo, foi atendido por muitos empregados e, na pior das hipóteses, viveu fora do alcance da lei e da moralidade. Devo dizer que alguns colonos se transformaram em altos moralistas, enquanto outros se tornaram perversos. Na minha novela, o protagonista virou as duas coisas, o que é contraditório".
Da Chen se tornou conhecido em diversas partes do mundo após o sucesso de "A Montanha e o Rio", obra que fala sobre a situação política da China por meio da história de dois meio-irmãos que crescem sem se conhecer. No Brasil, o livro chegou a figurar em listas dos mais vendidos. Sobre a semelhança entre a primeira obra e a nova, o autor diz que todos seus personagens sofrem muito, o que os torna "fortes e marcantes", e vivem como que com eternas cicatrizes. "Para mim, esta é realidade e a tragédia da vida. O mais grandioso e glorioso momento que vivemos é o nascimento. O resto, temos que aguentar".
O autor ainda diz que, em seus livros, a relação humana que torna a vida suportável tem um papel mais relevante do que grandes conquistas. "O propósito da nossa vida é qualquer coisa que inventamos. Nós todos temos o nosso papel, como se fossemos personagens de um filme. Temos que viver essa história, de forma voluntária ou não".
Chinês que vive há cerca de três décadas nos Estados Unidos – mudou-se para lá para estudar Direito –, Da Chen escreve em inglês, mas afirma que suas "chamas literárias queimam apenas para a terra natal". Ao falar do vilarejo onde nasceu, lembra que, no início da carreira de escritor, chegou a elaborar mais de 50 páginas apenas sobre a travessia de uma ponte de madeira erguida sobre um pequeno riacho. "A China é minha eterna amante, sem adornos. A China é o meu lar", diz, para depois falar do país onde vive. "Mas é nos Estados Unidos que está o meu endereço. Eu amo os Estados Unidos por tudo o que ele me trouxe".
Clique aqui para ler o primeiro capítulo de "A Última Imperatriz"
Título: "A Última Imperatriz"
Autor: Da Chen
Tradutor: Regina Lyra
Preço: R$ 34,90
Páginas: 224
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