Como Curar um Fanático: o livro de Oz que parece feito pro Brasil de hoje
Aos 79 anos, foi-se Amos Oz. Quando morre alguém de tal envergadura, soa como um acinte alguém que trabalha com livros nunca ter lido nada de tal pessoa. Faz parte. Infelizmente, por mais que passemos boa parte das horas de todos nossos dias lendo, nunca conseguimos dar conta de tudo o que sai de bom pelo mundo – o ofício nos obriga a gastar muito tempo lendo bagaceiras.
Para não dizer que até aqui passei em branco por Oz, já visitei um fragmento ou outro de seus romances e ensaios. Também li muito a seu respeito e acompanhei diversas de suas entrevistas. Sempre gostei muito da sua postura pacifista, conciliadora, crítica a Israel (e ele era israelense, vale lembrar) e em defesa do povo palestino, sem que isso significasse subjugar seu Estado natal. Sempre me soou um cara bastante equilibrado e razoável, em outras palavras, algo que parece ser raro de encontrar em pessoas que, como ele, participaram de duas guerras.
De sua vasta bibliografia, uma obra chama especialmente a minha a atenção: "Como Curar um Fanático", publicada por aqui em 2016 pela Companhia das Letras e fortemente recomendada por alguns amigos que são bons leitores. Devo contornar a minha falha de nunca ter lido nada de Oz com esse título no qual, mergulhando no conflito entre Israel e Palestina, discorre sobre a importância de se evitar os extremismos e aproximar as pessoas. Apesar de ser uma análise feita a partir do Oriente Médio, me parece extremamente pertinente para o Brasil de hoje.
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