Alex? Dener? Quem foi o maior boleiro que nunca jogou uma Copa pelo Brasil?
Dessa vez foi mais tranquilo, um chiou por causa do Arthur, outro por conta do Luan, ambos do Grêmio, mas parece não ter tido nenhuma grande injustiça na convocação de Tite. É comum, contudo, que as reclamações ganhem mais força quando boleiros consagrados ficam de fora da lista final, como aconteceu com Romário em 1998. O Baixinho ao menos já tinha conquistado a taça em 1994, quando carregou a seleção brasileira nas costas pelos gramados dos Estados Unidos. Mas já pensou se um Romário da vida passasse a carreira inteira sem jogar uma Copa? Pois é, isso já aconteceu com alguns craques.
Numa rápida pesquisa com alguns amigos, notei que a minha geração (povo na casa dos 30 anos, um pouco pra lá, um tanto pra cá) lamenta não ter visto dois nomes em mundiais. O primeiro deles, lembrado por alguns amigos, é Djalminha, meia de exímia habilidade – utilizada com boas doses de crueldade contra os defensores – e que acabou de fora da Copa de 2002 após dar uma cabeçada no técnico do La Coruña, equipe onde atuava. O outro, lembrado por todo mundo (e também o primeiro que me veio à cabeça quando parei para pensar no assunto) é Alex. Pouparei os elogios ao meia porque ele me traz más lembranças, só digo que tiro o chapéu para esse cracaço.
Mas não que ele ficará sem as louvas, claro, só deixarei a tarefa para a jornalista Clara Albuquerque, autora de "Os Sem-Copa", publicado em 2014 pela Maquinária. Na obra, Clara repassa a carreira de grandes jogadores brasileiros que jamais defenderam o país numa Copa, e Alex é um dos personagens. É ao meia, ídolo do Palmeiras, Cruzeiro, Fenerbahçe e Coritiba, inexplicavelmente preterido por Felipão em 2002, que ela dedica essas linhas:
"Ele desembrulhou gols espetaculares. Premiou torcidas com títulos inéditos e presenteou companheiros com passes açucarados. Desatou laços de partidas complicadas. Entre todos os jogadores deste livro, foi o que recebeu mais convocações para a seleção brasileira. […] Alex é um daqueles meias clássicos, que brinda o time com categoria, visão de jogo e técnica. […] Talentoso, dedicado, cerebral e extremamente profissional, Alex é um jogador do estilo pacote completo, cada vez mais raro no futebol mundial. […] É um daqueles presentes atemporais que vai direto para a prateleira mais especial da memória. A Copa do Mundo perdeu a chance de preencher sua coleção com um item raro. Porque Alex é um autêntico artigo de colecionador".
A lista de Clara segue com nomes de gerações tão díspares quanto Friedenreich (a gênese do futebol de "estilo único, envolvente e atrevido") e Dener (que "deixou um rastro de fascínio em sua passagem pela Terra"), outro mencionado pelos amigos de pelada. Oberdan Cattani, Heleno de Freitas, Tesourinha, Quarentinha, Dirceu Lopes, Djalma Dias, Neto, Canhoteiro e o próprio Djalminha são alguns dos outros boleiros que compõem a descopada seleção da autora.
Agora, achei interessante que, até matutar este texto, nunca tinha pensado nessa questão. Nas mesas de bares que frequento, uma variável dela que às vezes é jogada na conversa: quem foi o maior jogador que vimos jogar e jamais vestiu a camisa da seleção? Por incrível que pareça, nesse momento quase sempre temos pouca discussão: Danilo, hoje no Corinthians, é praticamente a escolha inquestionável. São paulinos, corintianos, palmeirenses, santistas… todos concordam que o meia lento, de pernas longas, jogadas previsíveis (mas sempre efetivas) e que cresce monstruosamente em jogos importantes é esse cara.
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