Mortes de Parra e Le Guin; um dos dias mais tristes da história literária

Le Guin.

Hoje, no começo da tarde, chegou a notícia de que o poeta chileno Nicanor Parra estava morto. Ele tinha 103 anos e faleceu na cidade Las Cruces, no litoral de seu país natal, onde vivia. Pelo que consta, não sofria de sérios problemas de saúde, em que pese a idade avançada.

Há pouco, no começo da noite, chegou a informação de que a romancista estadunidense Ursula K. Le Guin também morreu. Apesar da notícia ter se tornado pública hoje, ela faleceu na tarde de ontem, aos 88 anos, na cidade de Portland, no Oregon, também onde vivia.

Parra.

Perder Parra e descobrir que Le Guin já havia partido transforma hoje em um dos dias mais tristes da história da literatura, sem dúvidas. Ele, um dos principais poetas da língua espanhola, ficou conhecido pelo que se convencionou chamar de "antipoesia". Era irmão de Violeta Parra, umas das cantoras mais importantes da história chilena, e, ainda que com suas diferenças, fez parte de uma geração da literatura de seu país que contou com estrelas como Pablo Neruda e Gabriela Mistral, ambos vencedores do Nobel.

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Já Le Guin é um dos nomes mais importante da história da ficção científica e da fantasia, reverenciada por gente como George Martin, Neil Gaiman, David Mitchel, Zadie Smith, China Miélville e Salman Rushdie. Seu "Ciclo Terramar", protagonizado por um menino órfão que descobre ter poderes especiais, vai para uma escola de magia, desperta um grande mal e depois precisa salvar o seu povo, claramente influenciou – para dizer o mínimo – J. K. Rowling na criação de "Harry Potter". Mas seria um erro reduzir Le Guin a uma precursora do bruxinho com a cicatriz na testa. Em suas obras – dentre as quais se destaca "A Mão Esquerda da Escuridão" –, a escritora costumava tratar de temas como o conflito entre culturas e questões de gênero.

Parra, Le Guin estão mortos… A literatura, que irá eternizá-los, tem motivos para chorar neste 23 de janeiro.

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