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Jô Soares: “Os políticos brasileiros não têm educação nem para dar bom dia”

Rodrigo Casarin

27/11/2017 23h15

"Não existe palavra feia ou palavrão. O que existem são os canalhas", disse Jô Soares em um evento na noite desta segunda-feira (27) em São Paulo. Para o artista, mesmo uma palavra escabrosa pode ser dita em tom de carinho, respeito e afeto, enquanto, por outro lado, é possível ser extremamente rude e desagradável sem proferir um impropério sequer. "Os políticos brasileiros não têm educação nem para dar bom dia", exemplificou.

A declaração de Jô aconteceu no lançamento para convidados de "O Livro de Jô – Uma Biografia Desautorizada" (Companhia das Letras). A fala foi um dos melhores momentos da conversa conduzida por Matinas Suzuki, coautor da obra. No papo, cabia a Matinas puxar o fio das histórias que o ex-apresentador, ator, humorista e escritor contava para uma plateia extremamente receptiva – algo compreensível; é ótimo ouvir Jô relembrando parte do que viveu. Dentre as passagens recordadas, causos com familiares e momentos que dividiu com personalidades como Nelson Rodrigues.

Emocionado, logo no começo da apresentação Jô brincou: "Eu acho que vou morrer, estão me homenageando muito". Depois, enalteceu a presença da atriz Fernanda Montenegro na plateia, que teria vindo do Rio de Janeiro apenas para acompanhar o lançamento de "O Livro de Jô", primeiro volume de uma trilogia: "Eu sou um filho da puta. Fiz a Fernanda vir do Rio, pegar uma ponte aérea…", falou, mostrando que para uma expressão soar chula, o contexto e a forma de dizê-la faz realmente toda a diferença.

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Sobre o autor

Rodrigo Casarin é jornalista pós-graduado em Jornalismo Literário. Vive em São Paulo, em meio às estantes com as obras que já leu e às pilhas com os livros dos quais ainda não passou da página 5.

Sobre o blog

O blog Página Cinco fala de livros. Dos clássicos aos últimos sucessos comerciais, dos impressos aos e-books, das obras com letras miúdas, quase ilegíveis, aos balões das histórias em quadrinhos.