“Coisa de preto” virará livro; veja autores negros que servem de inspiração

A frase racista que o jornalista William Waack cochichou para um convidado da Globo antes de entrar ao vivo em um programa continua rendendo. Depois de levar a emissora a afastar o profissional, virar hashtag de sucesso no Twitter e se tornar ponto de partida para muitas discussões por aí, agora servirá de mote para a Rico Editora publicar um novo livro.

A casa acabou de lançar o concurso "É coisa de preto", que busca por romances escritos por autores negros ou pardos e preferencialmente protagonizados por personagens também negros. Os interessados em participar precisam enviar o material entre o dia 20 deste mês e o dia 20 de janeiro do ano que vem – mais detalhes aqui. A promessa é que a obra selecionada seja lançada na Bienal do Livro de São Paulo, que acontecerá entre os dias 3 e 12 de agosto.

Para inspirar, deixo aqui uma breve lista com cinco grandes autores negros brasileiros:

Conceição Evaristo (foto acima): um dos nomes mais badalados da nossa literatura atual, Conceição tem arrastado pequenas multidões por onde passa. Baseados principalmente em relatos romanceados de seu passado, dentre seus principais livros estão "Ponciá Vicêncio" e "Becos da Memória".

Maria Firmina dos Reis: lançado em 1869, "Úrsula" é considerado o primeiro romance nacional a tratar da abolição da escravatura e a primeira obra a ser escrita por uma brasileira negra, a maranhense Maria Firmina dos Reis, autora também, dentre outros, de "A Escrava", publicado em 1887.

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Lima Barreto: negro, marginal, rebelde, homenageado da última Flip… Lima Barreto chama a atenção tanto por sua biografia quanto pela sua literatura. Neto de escravos, sofreu com o racismo e a discriminação, foi recusado pela elite intelectual de sua época e escancarou mazelas do país em livros como "Recordações do Escrivão Isaías Caminha" e "Triste Fim de Policarpo Quaresma".

Carolina de Jesus: fez arte a partir da favela onde foi morar aos 33 anos, no Canindé, na zona norte de São Paulo. Trabalhava como catadora de lixo e registrava a existência na miséria e suas indignações em seu diário. Desses registros que nasceu "Quarto de Despejo", seu livro mais importante, um marco para a literatura que mais tarde seria chamada de "marginal".

MACHADO DE ASSIS É O MAIOR HUMORISTA BRASILEIRO DA HISTÓRIA, DIZ ESTUDIOSO

Machado de Assis: para muitos, o maior escritor brasileiro da história. Pai e nome máximo da Academia Brasileira de Letras. Autor de "Dom Casmurro", "Memórias Póstumas de Brás Cubas" e "Iaiá Garcia". Machado de Assis, gênio negro, dispensa maiores comentários e apresentações.

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