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“Neguinha, tu é feia”, “Sai daí, macaca”: funcionária da Record é alvo de racismo em rede social

Rodrigo Casarin

28/06/2017 10h45

– Sai daí, macaca.

– Neguinha, tu é feia.

– Teu c*, macaca.

Isso que Ana Rosa, negra de 23 anos e funcionária da Record, foi obrigada a ler enquanto fazia a divulgação de um livro na página do Instagram da Galera, selo jovem da editora, na última sexta-feira. Apesar de abalar, o episódio de racismo e preconceito, que só foi divulgado agora, não será deixado para trás.

"Doeu e ainda dói, mas não foi a primeira vez e nem será a última que serei marcada pelo racismo. Mas isso não quer dizer que deixarei passar batido. Seguimos forte e seguimos lutando. E se algo do tipo acontecer com você, não se cale! Você tem voz e ela merece ser ouvida!", escreveu a moça, que promete levar o caso à polícia, em seu Facebook.

Na página do Grupo Editorial Record e nas comunidades dos selos que fazem parte da empresa é cada vez mais comum se deparar com gente destilando raiva e ódio. Em uma postagem na qual a editora coloriu seu logotipo com as cores do arco-íris em homenagem ao Dia do Orgulho LGBT, por exemplo, é possível ler comentários como "Só reconheço amor heterossexual. O resto é promiscuidade….Xô LGBTs!" e "Casem-se com vossas mães e irmãs. Pimenta na família dos outros é refresco". É lamentável, mas episódios de racismo, xenofobia e preconceito andam cada vez mais frequentes por aí.

Há pouco a Record divulgou uma nota comentando o episódio envolvendo Ana Rosa: "O Grupo Editorial Record repudia toda e qualquer agressão racista, homofóbica ou machista e considera inaceitável que isso tenha ocorrido em nosso espaço virtual. Toda vez que isso acontecer, vamos buscar identificar os autores das agressões e tomar as medidas legais cabíveis. O Grupo Editorial Record é uma editora plural, que preza pela diversidade e pela inclusão de todas as minorias. Tem orgulho do seu catálogo diverso e vai continuar a publicar livros contra a homofobia e contra todas as formas de racismo".

 

Sobre o autor

Rodrigo Casarin é jornalista pós-graduado em Jornalismo Literário. Vive em São Paulo, em meio às estantes com as obras que já leu e às pilhas com os livros dos quais ainda não passou da página 5.

Sobre o blog

O blog Página Cinco fala de livros. Dos clássicos aos últimos sucessos comerciais, dos impressos aos e-books, das obras com letras miúdas, quase ilegíveis, aos balões das histórias em quadrinhos.