Novos livros ajudam a entender a resistência e as revoluções protagonizadas por mulheres ao longo da história

Dois importantes livros para se entender o movimento feminista e as revoluções encabeçadas por mulheres e para mulheres estão sendo lançados no país.

O primeiro é "Os Excluídos da História", da historiadora francesa Michelle Perrot, professora emérita da Universidade de Paris VII. Título de referência que não era mais encontrado nas livrarias brasileiras há anos, a obra recebe uma nova versão pela Paz & Terra. O volume reúne uma seleção de textos de Michelle que falam sobre três grupos sociais periféricos e seus movimentos de resistência na França do século 19: os operários, os prisioneiros e as mulheres.

A outra novidade é a coletânea "A Revolução das Mulheres: Emancipação Feminina na Rússia Soviética", organizada por Graziela Schneider, pesquisadora de Literatura e Cultura Russa na Universidade de São Paulo. O título, que sai pela Boitempo, apresenta textos inéditos escritos por mulheres russas em momentos importantes da Revolução de 1917 – vale lembrar que a marcha grevista das trabalhadas russas de Petrogrado, atual São Petersburgo, foi um dos estopins da Revolução e ajudou a estabelecer o 8 de março como Dia Internacional da Mulher.

"A expressão das mulheres russas sobre história, política, feminismo e os temas que lhes pertencem – igualdade de direitos, sufrágio, condições das operárias e camponesas, amor livre, casamento maternidade, divisão das tarefas domésticas, aborto, religião, prostituição etc. – traçaram caminhos subterrâneos com o intuito de conquistas seus próprios espaços. O objetivo deste livro é lançar luz sobre essas manifestações, trazendo-as para o primeiro plano", aponta Graziela, que selecionou para a obra textos de nomes como Nadiéjda Krúpskaia, Aleksandra Kollontai e Inessa Armand.

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