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Sucesso no começo dos anos 2000, Angus, o Guerreiro, volta às livrarias e visa o cinema após autor reestruturar a saga

Rodrigo Casarin

07/03/2017 11h24

No começo dos anos 2000, uma série brasileira surgiu com a promessa de que seria um best-seller internacional. Em pouco tempo os dois primeiros livros da saga de "Angus", iniciada com "O Primeiro Guerreiro", bem como alguns outros que surgiram dialogando com a narrativa principal, já tinham vendido mais de 170 mil exemplares e eram publicados e mais de 30 países, dentre eles Rússia, Grécia, China, Austrália, Coreia do Sul, Espanha, Itália, Portugal, Bulgária e toda a América Latina. No total, a coleção seria composta de sete volumes e o autor, Orlando Paes Filho, já negociava a adaptação da história para o cinema com algumas das gigantes da indústria do entretenimento, como Warner e Disney.

No entanto, de uma hora para outra, Angus e sua espada praticamente desapareceram. Não havia mais notícias das negociações, dos novos livros e sequer era fácil de encontrar os volumes já publicados nas livrarias. O que teria acontecido como todo aquele aparato que vinha sendo montado em cima das tramas que mesclam fantasia, história medieval – com direito a diversos elementos reais, como cenários e reinos – e grande carga de religiosidade para acompanhar gerações do clã de guerreiros MacLachlan entre os séculos 5 e 15?

Depois de diversos entraves nas negociações para a expansão de sua franquia, Orlando percebeu que a obra, "por se tratar de um épico de viés histórico", precisava ter muitos pontos revistos. Então, o autor se isolou por dez anos em uma pequena cidade serrana em Santa Catarina para reestruturar toda a saga de Angus.

O resultado? No lugar dos sete volumes, agora a aventura será contada em uma trilogia, que chegará às livrarias pela editora Novo Conceito, sendo que a primeira parte terá a narrativa já conhecida reescrita e as outras duas apresentarão aos leitores episódios inéditos. "Uma trilogia é mais adequada para que o meu leitor tenha um contato total com a obra. Uma série em sete volumes perde-se no tempo e o leitor provavelmente abandonará a leitura de algo tão longo", justifica o autor, que define como intrigante e recompensador a tarefa de revisitar toda a sua produção, que inclui diversos pontos que extrapolam a questão literária.

"Refiz todas as ilustrações, antes feitas com um viés moderno e norte-americano, voltando agora para o óleo, para a pintura e a ilustração clássicas, com viés cinematográfico [veja mais delas abaixo]. Preparei uma nova trilha sonora para a saga, desta vez concluindo cursos de Composição e Regência, onde trago uma linha pensada para sinfonia, onde os temas principais se relacionam com cada um dos livros da trilogia", explica.

"Irá revolucionar o mundo literário"

Após o sucesso tanto dos livros quanto de filmes e séries de histórias como "O Senhor dos Anéis" e "Game os Thrones", Orlando acredita que o momento também é muito mais favorável para a sua saga do que a realidade que encontrou no começo deste século. "O cenário de romances medievais ou de universo fantástico era muito restrito, quase marginalizado. Hoje o leitor jovem tem necessidade e apreço pela literatura clássica de aventura, suspense e ficção".

Orlando aponta que o momento que o mundo vive também é mais favorável para uma obra calcada em valores do cristianismo. "Hoje este tema tem uma aderência e aceitação do público melhores do que no passado. As pessoas querem acreditar em algo maior, superior a tudo que já conhecem, para que possam se sentir novamente vislumbradas. Uma onda crescente de jovens está literalmente invadindo as livrarias em busca de heroísmo, coragem e senso de justiça", diz. E, para finalizar, o autor assume um tom bastante confiante:

"Se eles querem algo que os surpreenda e seja diferente de todo o resto que já conhecem, 'Angus – O Primeiro Guerreiro' não vai decepcioná-los de nenhuma forma, pois possui um universo, um herói e um propósito nunca vistos antes. Acredito que, assim como a obra irá revolucionar o mundo literário, um filme causaria o mesmo efeito".

Sobre o autor

Rodrigo Casarin é jornalista pós-graduado em Jornalismo Literário. Vive em São Paulo, em meio às estantes com as obras que já leu e às pilhas com os livros dos quais ainda não passou da página 5.

Sobre o blog

O blog Página Cinco fala de livros. Dos clássicos aos últimos sucessos comerciais, dos impressos aos e-books, das obras com letras miúdas, quase ilegíveis, aos balões das histórias em quadrinhos.