Revolução Russa e samba marcam os principais lançamentos de não ficção de 2017
Em 1917, o Partido Bolchevique, liderado por Lênin, tomou o poder na Rússia e começou o processo que daria origem ao império soviético e marcaria profundamente a história do século 20. Completando cem anos, a Revolução Russa pautará boa parte dos lançamentos de não ficção ao longo de 2017. Só a Boitempo, por exemplo, planeja lançar ao menos cinco livros sobre o assunto: "Guerra e Revolução? O Mundo Cem Anos Após Outubro de 1917", de Domenico Losurdo, "Reconstruindo Lênin: Uma Biografia Intelectual", de Tamás Krausz, duas coletâneas ainda sem títulos definidos, uma organizada por Graziela Schneider e a outra por Bruno Gomide, e "Teoria Geral do Direito e Marxismo", de E. Pachukanis, lançado em virtude da data. Flertando com o assunto, ainda publicarão"O Jovem Hegel", de György Lukács.
Certamente o personagem mais famoso da Revolução, biografias sobre Joseph Stálin serão lançadas pela Objetiva (assinada por Stephen Kotkin) e pela Amarilys (texto de Oleg Khlevniuk). O ex-ditador também é a figura central de "A Maldição de Stálin", de Robert Gellately, que sairá pela Record. Na obra, o historiador se debruça sobre documentos de diversos países para mostrar como o mandatário soviético impôs seu regime apostando principalmente na repressão e na violência. A Estação Liberdade, por sua vez, publicará "Rússia – A Reconstrução da Arquitetura na União Soviética", de El Lissitzky.
Ainda abarcando a história, a Zahar lançará "Continente Selvagem: O Caos na Europa Depois da Segunda Guerra Mundial", de Keith Lowe, a Companhia das Letras investirá em "O Que é o Fascismo e Outros Ensaios", de George Orwell, e no terceiro volume de "Diários da Presidência", de Fernando Henrique Cardoso, a Martins Fontes apostará em "Paz e Guerra Entre as Nações", de Raymond Aron, e a Paz & Terra reeditará "Os Excluídos da História". Este último, de Michelle Perrot, que estava esgotado desde 2011, dedica-se a olhar para o passado pela perspectiva de classes excluídas, como operários, prisioneiros e mulheres.
Vai dar samba
Diversas editoras também apostarão em livros relacionados à música. Se há pouco foi comemorado o controverso centenário do samba, a Companhia das Letras, por exemplo, lançará o primeiro volume de "Uma História do Samba", assinado pelo jornalista e escritor Lira Neto, autor da celebrada biografia de Getúlio Vargas. Seguindo a mesma cadência, a Civilização Brasileira já publicou "Quelé, A Voz da Cor: Biografia de Clementina de Jesus", trabalho assinado a oito mãos por Luana Costa, Raquel Munhoz, Felipe Castro e Janaína Marquesini.
Pela mesma editora sairá o "Pelos Caminhos do Rock", do cantor Eduardo Araújo, autor de hits como "O Bom" e "Vem Quente que Eu Estou Fervendo", que promete relatar casos divertidos e polêmicos envolvendo amigos como Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Tim Maia e Wilson Simonal. Voltando às biografias, a Amarilys lançará "Beethoven – Angústia e Triunfo", de Jan Swafford.
Tendo as batidas da música eletrônica como pano de fundo, a Record publicará "Baladas Proibidas", de Gabriel Godoy e Bolívar Torres. A dupla narra a história real de um jovem do interior de São Paulo que virou traficante e, atuando principalmente em raves, passou a ser conhecido como o "Rei do Ecstasy". Por falar em entorpecentes, a Zahar publicará o "Drogas: As Histórias que Não te Contaram", de Isabel Clemente e Llona Szabó.
Diálogo com a literatura
Morto na última sexta-feira, Ricardo Piglia, um dos principais nomes da literatura argentina depois de Jorge Luis Borges, terá um novo livro publicado no Brasil pela Peixe-elétrico: trata-se de "Meios e Fins", uma reunião de entrevistas inéditas por aqui. A mesma casa reeditará "Poesia e Poética de Carlos Drummond de Andrade", importante estudo de John Gledson sobre a obra do poeta. No campo ensaístico, teremos ainda "Borges Babilônico", de Jorge Schwartz, que sairá pela Companhia das Letras.
Por fim, dentre os títulos que a Intrínseca publicará, estão "Em Nome dos Pais", de Matheus Leitão, e "Quatro Estações em Roma", de Anthony Doerr. O primeiro é uma investigação do autor, jornalista premiado, para descobrir quem, na década de 70, delatou e torturou seus pais, os também jornalistas Míriam Leitão e Marcelo Netto. Já o segundo se trata de um livro de memórias no qual Derr, vencedor do Pulitzer pelo romance "Toda Luz que Não Podemos Ver", relata como foi ser pai pela primeira vez ao mesmo tempo que vivia na Cidade Eterna.
VEJA AQUI OS LANÇAMENTOS DE LITERATURA INFANTIL E JUVENIL PARA 2017.
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