Com ilustrações de Rafael Coutinho, livro de Forrest Gump é relançado
Sentado em um banco, um homem relembra suas histórias marcadas pela sinceridade, honestidade e, quase sempre, ingenuidade, elementos que fazem com que muitos o vejam como um imbecil. Um homem que na juventude foi para a guerra, onde conheceu o grande amigo Buba, jogou futebol americano, tornou-se mestre em tênis de mesa, correu um país de ponta a ponta enquanto sua barba crescia e, ao cabo, virou um bem-sucedido pescador de camarão. É difícil achar alguém que assista "Forrest Gump" e não seja marcado por, pelo menos, uma cena.
Levado com sucesso para o cinema em 1994 pelas mãos do diretor Robert Zemicks e com Tom Hanks no papel principal, o filme que venceu seis Oscars é uma adaptação do livro "Forrest Gump", do norte-americano Winston Groom, lançado em 1986 e que agora completa 30 anos.
Aproveitando a data, a Aleph está relançando a obra no Brasil em uma edição de luxo, com capa dura, duas opções de design para o fronte e 13 ilustrações do quadrinista Rafael Coutinho (dentre elas a que abre este post). Há ainda um ensaio escrito pela francesa Isabelle Roblin, professora da Université du Littoral-Côte d'Opale, que compara a narrativa presente no livro e sua adaptação cinematográfica.
No texto, Isabelle aponta que o romance é bastante diferente do que vimos nas telonas, principalmente por conta do tom das críticas que apresenta. "O propósito de Forrest não é apenas fazer o leitor rir, mas também permitir que entenda a tolice e o absurdo do mundo onde vive, e em particular da história e das instituições dos Estados Unidos, como os presidentes americanos, a Guerra do Vietnã, a NASA e a indústria do cinema, que são ferozmente satirizados no romance por meio do ponto de vista do idiota. O tom satírico do livro foi totalmente eliminado do filme e substituído por uma forma suave de humor, na qual o espectador ri do idiota, um personagem adorável e sem senso crítico, e não com ele", explana. "Mesmo que Eric Roth também tenha recebido o Oscar de melhor roteiro adaptado, ele na verdade reescreveu o romance".
O jeito, então, é assistir novamente ao filme e compará-lo com o livro que está sendo relançado.
Veja outras duas ilustrações de Coutinho para a história de Forrest:
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