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Livro revela qual é o melhor momento para roubar um banco

Rodrigo Casarin

23/08/2016 11h24

 

 

Steven Levitt e Stephen Dubner.

Steven Levitt e Stephen Dubner.

Por que comissários de bordo não recebem gorjeta? Um aumento na remuneração dos políticos melhoraria a qualidade de seus serviços? Como os traficantes de crack poderiam ficar ricos? Quantos trabalhadores chineses são necessários para vender uma lata de leite em pó infantil? Qual a melhor maneira de diminuir as mortes por arma de fogo? Quanto a Pepsi estaria disposta a pagar pela fórmula secreta da Coca-Cola? Quando roubar um banco?

É justamente a última pergunta que dá nome ao livro que compila posts do blog "Freakonomics", no qual o economista Steven Levitt e o jornalista Stephen Dubner abordam de maneira informal, leve e quase sempre bem-humorada diversas questões do mundo econômico e financeiro e, por consequência, do pensamento lógico, sempre relacionando-as com situações do cotidiano de pessoas comuns. Há ainda, por exemplo, explicações sobre os motivos de produtores de desenhos animados contratarem vozes famosas para duplar as criaturas, uma ideia sobre até onde vai o altruísmo de um cidadão e até como a falta de civilidade no trânsito rende lucros para alguns.

roubar um banco"Nossas postagens no blog tendem a ser mais informais, mais pessoais, mais categóricas que a maneira como escrevemos nossos livros; podemos tanto lançar no ar uma pergunta quanto dar uma resposta concreta. Escrevemos coisas sem ponderar o suficiente, para depois lamentar. Escrevemos coisas que ponderamos exaustivamente para depois lamentar também", registram os autores na introdução de "Quando roubar um banco", que já dá o tom do que o leitor terá pela frente.

Alguns textos mais provocativos causaram bastante incômodo quando publicados pela primeira vez e agora ganham uma nova chance de agradar ou perturbar novos leitores. Um deles é a resposta para a pergunta "Se você fosse um terrorista, como atacaria?", publicada quando o blog passou a ser hospedado pelo site do jornal New York Times. O que era para ser uma elucubração sobre como terroristas poderiam agir – e, consequentemente, como essas ações poderiam ser evitadas –, soou para muitos leitores como uma apologia ao terror. (Aos curiosos pela resposta, os autores sugerem os ataques mais simples, sem uso de grandes tecnologias e que envolvessem poucas pessoas, pois dificilmente seriam descobertos por serviços de inteligência).

Mas, afinal, quando roubar um banco? Aqui os autores levaram alguns dados em conta: um assaltante costuma ganhar em média US$4.120 ao ser bem-sucedido em um roubo de banco nos Estados Unidos. No Reino Unido, por sua vez, as cifras ficam mais polpudas e os assaltos a essas instituições costumam render, em média, US$18 mil para cada um dos bandidos envolvidos. No entanto, em ambos os casos a taxa de detenção é bastante elevada: cerca de 35% das ações costumam acabar com os meliantes presos. Ou seja, na avaliação dos autores, não vale a pena correr tamanho risco para se obter um lucro relativamente tão baixo. "Se quisermos saber quando é o melhor momento para assaltar um banco, a resposta aparentemente seria… nunca".

Este é o segundo livro de Levitt e Dubner, que também já escreveram "Pense Como um Freak". Juntas, as duas obras foram traduzidas para mais de 40 idiomas e já venderam mais de sete milhões de exemplares.

Sobre o autor

Rodrigo Casarin é jornalista pós-graduado em Jornalismo Literário. Vive em São Paulo, em meio às estantes com as obras que já leu e às pilhas com os livros dos quais ainda não passou da página 5.

Sobre o blog

O blog Página Cinco fala de livros. Dos clássicos aos últimos sucessos comerciais, dos impressos aos e-books, das obras com letras miúdas, quase ilegíveis, aos balões das histórias em quadrinhos.