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Acompanhante de luxo estrela um livro para cada mês do ano em série erótica

Rodrigo Casarin

24/06/2016 10h17

Foto: Melissa McKinley

Foto: Melissa McKinley

Desde o sucesso de "50 Tons de Cinza", uma enxurrada se romances semelhantes inundou as livrarias, muitos deles divididos em três livros, tal qual o trabalho de E. L. James. Agora, uma nova série da mesma linhagem chega ao país: "A Garota do Calendário", publicada pela Verus, que, com histórias que seguem os meses do ano, é composta por nada menos que 12 volumes. A criação é da norte-americana Audrey Carlan, que após fazer sucesso com publicações independentes na internet, fechou contrato no ano passado com a Waterhouse Press, lançou as edições impressas de sua obra e se tornou uma best-seller nos Estados Unidos, onde já vendeu mais de 2,5 milhões de exemplares.

calendariogarota"Queria escrever algo que fosse divertido e criar uma personagem com a qual eu pudesse me relacionar. Também precisava que ela tivesse um trabalho que a permitisse ir para lugares diferentes em um curto espaço de tempo, e tem maneira melhor de criar uma linha do tempo do que seguir o calendário? Aí tive a ideia dela estar com um homem a cada mês, em algum lugar diferente, assim também fica fácil para o leitor se lembrar em qual momento da história ele está", conta Audrey ao explicar como lhe ocorreu uma série com um livro para cada mês.

Assim criou a história de Mia Saunders, uma moça jovem e bonita que deseja seguir a carreira de atriz. No entanto, acaba se envolvendo com Blaine, agiota disfarçado de executivo que empresa um dinheiro para o pai de Mia, um viciado em jogos. Sem ser quitado, o débito se acumula com o tempo, o que leva Blaine a espancar o velho e ameaçar sua namorada.

A solução que Mia encontra para tentar levantar a grana exigida por Blaine é entrar para uma agência de acompanhantes de luxo. A proposta é tentadora: passar um mês na casa de cada cliente em troca de cheques de podem alcançar até seis dígitos, sendo que o sexo não está incluso no pacote – cabe à própria moça decidir se irá ou não praticar o ato, algo que a autora faz questão de deixar bem claro. "Mia é uma acompanhante, não uma prostituta. Ela é paga para fazer companhia a 12 homens diferentes, mas o sexo não é garantido e nem necessário, isso é uma escolha sua". Assim, passa janeiro com um roteirista e fevereiro junto de um pintor um tanto excêntrico – os títulos correspondentes aos dois meses foram os primeiros a chegar por aqui.

Foto: Melissa McKinley

Foto: Melissa McKinley

Audrey credita o sucesso da série em seu país natal às características da própria personagem que criou. "Mia é como qualquer outra garota, é jovem, confiante, leal, um pouco divertida, tem atitude, mas também tem sua vulnerabilidade, algo que só o leitor consegue perceber. Ela poderia ser qualquer pessoa. Todas as mulheres costumam encontrar alguma semelhança com Mia".

A escritora também comentou o momento vivido por esse tipo de literatura erótica. "Autoras como E. L. James, Sylvia Day e Anne Rice realmente abriram caminho para novos escritores. Hoje temos menos medo de escrever nossas histórias com alguns toques de erotismo porque elas vieram antes e prepararam esse terreno. Além disso, acredito que os tempos estão mudando rapidamente. As mulheres hoje têm menos medo de falar de sua sexualidade, sentem-se mais confortáveis para tratar desse assunto. Sei disso porque tenho conversas bem abertas sobre amor, sexo, casamento e tudo mais com meus melhores".

Os direitos de "A Garota do Calendário" já foram negociados com 27 países e em breve a história também deverá chegar à televisão por meio dos mesmos produtores da série "Gossip Girl".

Sobre o autor

Rodrigo Casarin é jornalista pós-graduado em Jornalismo Literário. Vive em São Paulo, em meio às estantes com as obras que já leu e às pilhas com os livros dos quais ainda não passou da página 5.

Sobre o blog

O blog Página Cinco fala de livros. Dos clássicos aos últimos sucessos comerciais, dos impressos aos e-books, das obras com letras miúdas, quase ilegíveis, aos balões das histórias em quadrinhos.