Super-heróis não fazem sexo? Livro desvenda mais de 50 mitos da cultura pop

"Donkey Kong" plagiou "King Kong"? Assoprar o cartucho de videogame fazia o jogo funcionar? Todo mundo morreu no final de "Família Dinossauros"? Lewis Carrol escreveu "Alice no País das Maravilhas" sob a influência de drogas? Os bonecos da Xuxa e do Fofão eram amaldiçoados? Os protagonistas de "Clube da Luta" são na verdade "Calvin e Haroldo"? "Os Simpsons" consegue prever o futuro? Rose poderia ter salvado Jack em "Titanic"? Super-heróis não fazem sexo?

Essas e outras 44 perguntas que o jornalista Pablo Miyazawa, que atua à frente do site de games IGN Brasil e trabalha com entretenimento desde 1996, busca responder em "52 Mitos da Cultura Pop", livro que sai pela Paralela e cujo lançamento acontece nesta quinta, dia 23, às 19h, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, em São Paulo. Na obra, Miyazawa se debruça sobre teorias da conspiração e lendas urbanas do cinema, jogos, livros, televisão e quadrinhos para tentar separar o que é verdade e o que não passa de boato ou invencionice de mentes criativas que muitas vezes encontram na internet um campo bastante fértil para proliferar seus delírios.

Foto: Rento Parada

"A proposta é questionar as crendices da nossa cultura, explicar suas origens e eventualmente chegar a conclusões sobre elas. Que fique claro que, apesar de eu não ter criado essas teorias, os textos contêm minha interpretação pessoal dos fatos. Há muitos lados de uma mesma verdade, o que é inevitável quando se trata desses exemplos de folclore pós-moderno que persistem e ganham força por causa da internet", escreve o autor na apresentação do volume.

O jornalista também relata como começou a se interessas pelo assunto. "Como muitos que cresceram nos anos 80, fui atingido em cheio por uma irresistível explosão de informação colorida e barulhenta que hoje chamamos genericamente de 'cultura pop'. Consumíamos televisão o tempo todo, muitas revistinhas, videogames eventuais e íamos ao cinema ver filmes de censura livre. E havia a conversa na hora do recreio. Era assim que ficávamos sabendo sobre as muitas coisas divertidas que existiam pelo mundo. A internet era um sonho distante".

Mas, afinal, e as respostas para as perguntas levantadas acima? Para não dar muitos spoilers, algo que qualquer fã da cultura pop detesta, fica a resposta apenas para a do título: "Talvez seja só coincidência o fato de o sexo ser um elemento quase inexistente na maioria das sagas populares de super-heróis: ele pode estar ausente não apenas pela questão fisiológica [superpoderes poderiam virar um problema para o parceiro ou parceira de cama] em si, mas por uma questão de pura autocensura", posiciona-se Miyazawa, que lembra que, nos Estados Unidos, as HQs precisavam seguir um código de conduta para que pudessem ser vendidas aos jovens, o que acarretou em um legado que impacta nas histórias mesmo após esse selo moral ter sido extinto.