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“Goosebumps” (ou “Goosebobos”) e as primeiras lembranças como leitor

Rodrigo Casarin

21/10/2015 09h56

 

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"Goosebobos", lembro que era assim que meu pai chamava os livros da série "Goosebumps" que eu adorava comprar em bancas de revistas. Isso devia ser por volta de 1993, 1994, tinha uns seis ou sete anos na época, ou seja, olhávamos para aquelas histórias de uma maneira completamente diferente. Realmente achava assustadoras as tramas criadas pelo norte-americano R. L. Stine em títulos como "O Boneco Assassino", "Terror na Biblioteca" e "A Casa do Terror".

Alguns volumes da série estão dentre as minhas primeiras memórias afetivas relacionadas à leitura, juntos de "Meu Pé de Laranja Lima", de José Mauro de Vasconcelos. Dentre as histórias favoritas, lembro, estavam "O Lobisomem do Pântano" – com título autoexplicativo – e "Sorria e Morra", no qual uma máquina fotográfica trazia mau agouro àqueles que por ela eram fotografados. As narrativas simples e cheias de clichês ao menos tinham o mérito de provocar no leitor a sensação de que ouvia um causo de terror à beira de uma fogueira em um acampamento escuro, talvez por isso tamanho sucesso entre as crianças.

Sim, para quem não lembra, o sucesso de " Goosebumps" foi enorme, principalmente ao longo dos anos 90. Tanto é que Stine já vendeu mais de 400 milhões de livros pelo mundo, boa parte deles graças à série, que também foi adaptada para televisão entre 1995 e 1998 e agora vira filme pelas mãos de Rob Letterman.

"Goosebumps: Monstros e Arrepios" estreia no Brasil nesta quinta (22), tem Jack Black como principal estrela e liderou as arrecadações nas bilheterias de cinemas em seu primeiro final de semana de exibição nos Estados Unidos, alcançando 23,5 milhões de dólares. O enredo pelo visto acerta ao apelar para a nostalgia, dando vida aos monstros criados por Stine, que precisam ser combatidos após escaparem dos livros.

No Brasil, os títulos de "Goosebumps" – e "Goosebumps Horrorland", uma espécie de segunda temporada de histórias – foram publicados pela Abril e pela Fundamento, que, no entanto, jamais chegaram a lançar as coleções completas. Além deles, o autor também escreveu "Rua do Medo" e "Hora do Arrepio", outras séries de livros infanto-juvenis, e o romance "O Supersticioso".

A chance de, como meu pai, eu achar o longa ou os livros bobos hoje em dia é grande, mas as boas recordações continuaram inabaladas, com certeza.

Sobre o autor

Rodrigo Casarin é jornalista pós-graduado em Jornalismo Literário. Vive em São Paulo, em meio às estantes com as obras que já leu e às pilhas com os livros dos quais ainda não passou da página 5.

Sobre o blog

O blog Página Cinco fala de livros. Dos clássicos aos últimos sucessos comerciais, dos impressos aos e-books, das obras com letras miúdas, quase ilegíveis, aos balões das histórias em quadrinhos.