Cinco livros para celebrar os 90 anos de Dalton Trevisan
Considerado por muitos o maior escritor brasileiro vivo e um gênio do conto, Dalton Trevisan completou 90 anos neste último domingo (14). Completamente avesso a entrevistas e aparições públicas, ganhou o apelido de Vampiro de Curitiba, também uma referência à cidade onde sempre viveu e que esmiuçou em suas histórias. Em meados do ano passado escrevi uma reportagem aqui para o UOL sobre a visita que o escritor fez a uma livraria e editora curitibana que estava preparando "A Mão na Pena", livro de contos feito artesanalmente e com tiragem limitada de 250 exemplares; agora, para festejar as nove décadas de vida do escritor, elenco cinco livros essenciais da obra de Dalton:
"Novelas Nada Exemplares" – Passou a ser considerado o livro de estreia de Trevisan após o autor renegar suas duas primeiras obras, "Sonata ao Luar" e "Sete Anos de Pastor". Lançado em 1959, reúne ficções escritas ao longo de quase duas décadas e valeu o primeiro prêmio Jabuti do escritor – que já não deu as caras na premiação.
"O Vampiro de Curitiba" – De 1965, o título deste livro passou a servir também de apelido para Dalton. A obra é composta por 15 contos que buscam captar o cotidiano e a intimidade de pessoas comuns, com atenção especial ao erotismo.
"A Polaquinha" – Traz a história de uma menina pobre, atraente e bastante cobiçada em busca do amor e do prazer sexual. É o único romance escrito por Dalton, o que acaba servindo de exemplo para contrapormos o escritor como contista e o romancista.
"Pico na Veia" – De certa forma, Dalton se repetiu em seus livros. Os contos breves, de linguagem seca, presentes em "Pico na Veia" continuam tentando captar a intimidade das pessoas na grande cidade. Lançado em 2002, foi um dos vencedores do Prêmio Portugal Telecom de 2003.
"Violetas e Pavões" – Publicado em 2009, 50 anos depois de "Novelas Nada Exemplares", recebeu grande atenção em 2012, após uma petição exigir a retirada da obra da lista dos livros a serem lidos para o vestibulinho de ingresso no Colégio de Aplicação, em Viçosa (MG). Pais o consideraram impróprio para seus filhos por conta de temas como sexo e drogas.
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