Salão do Livro de Paris começa com dúvida sobre Paulo Coelho
O Salão do Livro de Paris deste ano, que tem o Brasil como país homenageado, começou com uma dúvida: Paulo Coelho, o escritor brasileiro mais famoso em todo o mundo, vai dar ou não as caras no evento? Seu nome havia sido anunciado como um dos representantes da comitiva nacional, contudo, essa presença ainda não se confirmou, segundo informou a própria assessoria do autor após ser procurada pelo UOL. O mago está em Santiago de Compostela fazendo sua festa para São José, de quem é devoto, uma celebração já tradicional que promove a cada ano em um lugar diferente do mundo. A expectativa é que, talvez, o astro apareça de forma repentina na segunda, 23, o último dia da feira.
Independente da presença de Paulo Coelho, já é certo que outros autores que haviam sido anunciados como membros da comitiva brasileira em Paris não participarão do Salão. Davi Kopenawa, por exemplo, foi substituído por Almir Narayamoga Suruí.
A abertura do evento aconteceu há pouco, no início da noite parisiense. Para marcar a presença do Brasil como país homenageado (algo que já havia ocorrido em 1998 e, agora, o coloca como o primeiro a ser contemplado duas vezes com a honraria), Juca Ferreira, Ministro da Cultura, fez um breve discurso no estande brasileiro do Salão. Seguiu o padrão oficial desse tipo de fala: agradecer a todos, ressaltar a oportunidade, elogiar o país anfitrião… O único ponto fora da curva foi o anúncio de um tratado de intenção para a criação de um grupo de trabalho que visará proporcionar a troca de experiências culturais entre o Brasil e a França.
Em seguida foi a vez de Fleur Pellerin, Ministra da Cultura francesa, que em meados do ano passado assumiu dedicar pouco tempo aos livros nos últimos anos e disse jamais ter lido uma obra sequer de Patrick Modiano, o mais recente francês a ganhar o Nobel de Literatura, dar a palavra. Destacou Padre Antônio Vieira, Machado de Assis, Mario de Andrade, Castro Alves e até mesmo autores contemporâneos, como Paulo Lins, para depois afirmar que a literatura brasileira possui um lugar no coração dos franceses. Resta saber quais escritores brasileiros ela já leu – informação que poderíamos ter se ela não tivesse preferido ignorar jornalistas ao final da fala, diga-se.
Em Paris, para a cobertura do Salão do Livro, Rodrigo Casarin está hospedado a convite da rede Accor.
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